Propel Professional

O que são os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e por que importam até 2030

03/10/2022
ODSAgenda 2030SustentabilidadePolíticas públicasDesenvolvimento humano

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) compõem a Agenda 2030 da ONU, adotada em setembro de 2015, com 17 objetivos e 169 metas globais a serem alcançadas até 2030. É uma rota comum para erradicar a pobreza, reduzir desigualdades e conciliar prosperidade econômica com equilíbrio ambiental e direitos sociais.

A Agenda 2030 articula ações em: pobreza, segurança alimentar e agricultura, saúde, educação, igualdade de gênero, redução das desigualdades, energia, água e saneamento, padrões sustentáveis de produção e consumo, clima, cidades sustentáveis, oceanos e ecossistemas terrestres, crescimento econômico inclusivo, infraestrutura e inovação.


Os 17 ODS (visão geral)

  1. Erradicação da pobreza — acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.
  2. Fome zero e agricultura sustentável — segurança alimentar, nutrição e produção sustentável.
  3. Saúde e bem-estar — vida saudável e bem-estar para todos, em todas as idades.
  4. Educação de qualidade — educação inclusiva, equitativa e de qualidade ao longo da vida.
  5. Igualdade de gênero — empoderar todas as mulheres e meninas.
  6. Água potável e saneamento — disponibilidade e gestão sustentável da água e do saneamento.
  7. Energia acessível e limpa — acesso a energia confiável, sustentável e renovável.
  8. Trabalho decente e crescimento econômico — crescimento sustentado, inclusivo e emprego pleno.
  9. Indústria, inovação e infraestrutura — infraestrutura resiliente e industrialização sustentável.
  10. Redução das desigualdades — dentro dos países e entre eles.
  11. Cidades e comunidades sustentáveis — inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis.
  12. Consumo e produção responsáveis — padrões sustentáveis de produção e consumo.
  13. Ação contra a mudança do clima — medidas urgentes contra a crise climática.
  14. Vida na água — conservar oceanos, mares e recursos marinhos.
  15. Vida terrestre — proteger ecossistemas, florestas e biodiversidade; combater a desertificação.
  16. Paz, justiça e instituições eficazes — sociedades pacíficas, acesso à justiça e instituições responsáveis.
  17. Parcerias e meios de implementação — fortalecer a cooperação e os recursos para viabilizar os ODS.

Essência da Agenda 2030: ninguém fica para trás. As metas devem ser perseguidas por todos — governos, empresas, academia e sociedade civil.


Quatro dimensões que estruturam os ODS

  • Social — necessidades humanas, saúde, educação, qualidade de vida e justiça.
  • Ambiental — preservação e restauração de ecossistemas; uso sustentável de recursos; ação climática.
  • Econômica — produtividade, inovação, infraestrutura, eficiência no uso de recursos e energia.
  • Institucional — capacidade de implementar, monitorar e financiar políticas e projetos.

Essas dimensões se interconectam: avanços ambientais dependem de instituições fortes; prosperidade econômica sustentável exige cohesão social e uso eficiente de recursos.


História e criação: de ODM a ODS

O caminho dos ODS nasce do acúmulo de debates globais após a Rio-92 e de reflexões sobre desenvolvimento humano — conceito influenciado por Amartya Sen e refletido no IDH (1998), que amplia a noção de progresso para renda, educação e saúde.

Em 2000, o mundo firmou os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), com 8 objetivos e horizonte 2015. Apesar dos avanços, os ODM eram menos abrangentes. Em 2015, surgem os ODS, incorporando temas transversais (pobreza, desigualdade, clima, instituições, segurança) e metas mais detalhadas.


Brasil e os ODS: contexto, desafios e oportunidades

O Brasil participou ativamente das negociações, defendendo a erradicação da pobreza como prioridade. O cenário doméstico, no entanto, oscila: a janela favorável de políticas sociais integradas vista na década de 2000 contrasta com restrições fiscais e políticas recentes. Isso torna governança, financiamento e coordenação federativa fatores críticos.

Principais desafios de implementação:

  • Financiamento estável, assistência técnica e descentralização de capacidades para estados e municípios.
  • Integração de dados (indicadores, monitoramento, transparência) e avaliação de impacto.
  • Coerência de políticas: comércio, dívida, inovação e sistema financeiro precisam alinhar-se aos ODS.
  • Engajamento multissetorial: parcerias público-privadas, academia e sociedade civil.

Principais oportunidades:

  • Projetos de infraestrutura resiliente (ODS 9/11) com critérios ESG.
  • Transição energética e eficiência (ODS 7/12/13) para competitividade industrial.
  • Bioeconomia e restauração de biomas (ODS 14/15) com geração de emprego e renda.
  • Fortalecimento de serviços públicos baseados em evidências (ODS 3/4/6/16).

Estratégia ODS: por que e para quê

A Estratégia ODS nasce para engajar e conscientizar atores-chave — governos, empresas, terceiro setor e academia — sobre seu papel na Agenda 2030. O objetivo é sair do discurso e internalizar os ODS em planos, orçamentos, compras públicas, investimentos privados e práticas de gestão, garantindo que a complexidade da agenda gere ações coordenadas.

Focos de atuação recomendados:

  • Capacitação e disseminação de metodologias para incorporar ODS em PPA/LOA, planos setoriais e ESG corporativo.
  • Mapeamento de lacunas e priorização territorial (metas por município/estado).
  • Financiamento e blended finance: combinar recursos públicos, privados e filantrópicos.
  • Governança e transparência: indicadores, painéis públicos e prestação de contas.
  • Parcerias (ODS 17): articulação entre níveis de governo e com a sociedade.

Como começar na prática (governos, empresas e sociedade)

Governos

  1. Diagnosticar indicadores locais por ODS e definir metas anuais.
  2. Integrar ODS ao planejamento orçamentário e às compras públicas sustentáveis.
  3. Implantar painéis de monitoramento abertos e revisões periódicas.

Empresas

  1. Relacionar ODS materiais ao core business e cadeia de valor.
  2. Estabelecer metas mensuráveis (ex.: emissões, água, diversidade) e reportar (GRI/ISSB).
  3. Alavancar inovação e eficiência (economia circular, energia renovável).

Sociedade e academia

  1. Acompanhar políticas, cobrar transparência e participar de conselhos locais.
  2. Promover educação para sustentabilidade e projetos comunitários.
  3. Produzir e difundir evidências para orientar decisões públicas e privadas.

Perguntas frequentes

Os ODS são obrigatórios?
Não são tratados como lei, mas orientam políticas e investimentos; países e organizações assumem compromissos públicos e são avaliados por indicadores.

Como medir progresso?
Por indicadores oficiais (globais e nacionais) — idealmente desagregados por território e grupos sociais, para que ninguém fique para trás.

Qual o prazo?
A Agenda 2030 mira 2030. Muitos resultados exigem ações imediatas e planejamento de longo prazo.


Conclusão

Os ODS não são uma lista de boas intenções: são um mapa de ação para prosperidade inclusiva, equilíbrio ambiental e instituições confiáveis. A implementação depende de governança, financiamento e parcerias. Quando integrados ao dia a dia de governos, empresas e cidadãos, os ODS transformam realidadesdo local ao global.

Precisa de ajuda?

Converse com um especialista da Propel agora mesmo e otimize a qualidade dos papéis do seu estabelecimento!

Fale com um especialista