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A Esterilização Pode Salvar Vidas

26/04/2021
HealthcareBiossegurança

A esterilização envolve não apenas a remoção de sujeira, mas a eliminação de todos os microrganismos. O processo visa destruir todas as formas de vida microbianas que possam contaminar materiais e objetos. Durante a esterilização, são eliminados organismos como vírus, bactérias e fungos.

A esterilização garante segurança para pacientes e profissionais, maior vida útil aos materiais médicos, otimização de recursos e obediência às normas legais estabelecidas pela Anvisa.

Desinfecção x Esterilização

O processo de desinfecção, apesar de eficaz para a eliminação de microrganismos, não destrói os esporos e alguns tipos de vírus. Todo estabelecimento da área da saúde necessita ter todos os cuidados quando o assunto é a segurança de seus produtos e materiais. Para que isso aconteça, é preciso que os métodos de limpeza e esterilização estejam sempre atualizados. O princípio básico que deve reger a manipulação de materiais é a prevenção e a diminuição de riscos.

Contar com uma empresa terceirizada e especialista no assunto pode ajudar quem não possui espaço para implementar uma Central de Material e Esterilização (CME). A escolha do parceiro certo, com equipe qualificada e habituada a seguir as determinações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é fundamental para ter todos os benefícios da esterilização.

Processo de Esterilização

Existem várias formas de realizar a esterilização. No entanto, a decisão de qual processo utilizar deve ser baseada no tipo de material e no risco de contaminação.

Os métodos de esterilização podem ser divididos em químicos (compostos fenólicos, clorexidina, halogênios, álcoois, peróxidos, óxido de etileno, formaldeído, glutaraldeído e ácido peracético) e físicos (calor, filtração e radiação). Para a escolha do melhor método, deve-se levar em consideração, além da compatibilidade do material, a efetividade, toxicidade, facilidade de uso, custos, entre outros.

Portanto, o processo de trabalho na CME é fundamental para garantir um bom desempenho nas diversas áreas assistenciais hospitalares.

Métodos químicos de esterilização

Dentre os métodos químicos, alguns deles podem ser utilizados tanto para desinfetar como para esterilizar, dependendo apenas do tempo de exposição e concentração do agente. Os mais usados para produtos laboratoriais e hospitalares são:

  • Óxido de Etileno (ETO): é um gás amplamente utilizado na esterilização de materiais laboratoriais e hospitalares de uso único por causa de seu bom custo-benefício. Sua ação ocorre por meio da reação com uma proteína no núcleo da célula, impedindo a reprodução. Todos os produtos devem ser colocados em embalagens permeáveis a gases para permitir que o ETO penetre. Seu uso não danifica os materiais e pode ser utilizado em vários tipos de materiais, inclusive os termossensíveis, mas é altamente tóxico e prejudicial ao meio ambiente.

  • Ácido Peracético: tem ação rápida, baixa toxicidade e é biodegradável. Porém, danifica metais. Uma grande vantagem é ser efetivo mesmo na presença de matéria orgânica (ou seja, os materiais não precisam ser limpos previamente). Em compensação, os materiais devem ser utilizados imediatamente após a esterilização por esse método, por isso não é muito utilizado.

  • Peróxido de hidrogênio (água oxigenada): em concentração de 3% a 6%, tem ação rápida, é biodegradável e atóxico, mas possui alta ação corrosiva. Sua eficácia é maior em capilares hemodializadores e lentes de contato, mas esse processo não é amplamente utilizado.

  • Formaldeído: pode ser utilizado em forma gasosa e líquida e, para ter ação esporicida, necessita de longo tempo de exposição. É indicado para cateteres, drenos e tubos, laparoscópios, artroscópios e ventriloscópios, enxertos de acrílico. Por ser carcinogênico e irritar mucosas, seu uso está mais restrito.

  • Glutaraldeído: líquido com potente ação biocida e pode ser usado em materiais termossensíveis, mas necessita de longo tempo de exposição para ser esporicida. É amplamente utilizado por ter baixo custo e baixo poder corrosivo, porém irrita vias aéreas, pode causar queimaduras na pele, membranas e mucosas, e materiais porosos podem reter o produto. É empregado em enxertos de acrílico, cateteres, drenos e tubos de poliestireno.

Métodos físicos de esterilização

  • A esterilização por processos físicos pode ser feita por calor úmido, calor seco ou radiação. A radiação é utilizada em nível industrial para artigos médico-hospitalares, permitindo esterilização a baixa temperatura, mas com custo mais elevado.

  • Radiação ionizante: destrói o DNA formando radicais super-reativos (superóxidos), matando ou inativando os microrganismos. Muitos materiais são compatíveis com esse tipo de esterilização, pois não há aumento de temperatura no processo—ideal para materiais termossensíveis e tecidos biológicos para transplantes. É livre de resíduos, ecológico e não afeta a qualidade do ar ou da água.

    • Radiação gama: gerada por fontes de Cobalto-60, tem alto poder de penetração.

    • E-beam (feixe de elétrons): usado para produtos de alto volume/baixa densidade (ex.: seringas médicas) ou de baixo volume/alto valor (ex.: dispositivos cardiotorácicos). Pode esterilizar produtos já embalados, com menor tempo de exposição, o que evita danos por envelhecimento prolongado.

  • Calor úmido (autoclavagem, fervura, pasteurização): provoca desnaturação e coagulação de proteínas e fluidificação de lipídios. Não pode ser usado em materiais termossensíveis ou que oxidam com água. A autoclavagem é amplamente utilizada na saúde por ser acessível, fácil de usar e capaz de esterilizar diversos materiais, inclusive tecidos e soluções.

  • Calor seco (estufa, flambagem, incineração): provoca oxidação dos constituintes celulares orgânicos. Penetra com mais lentidão que o calor úmido, exigindo temperaturas elevadas e tempo prolongado. Não pode ser aplicado em materiais termossensíveis.

  • Filtração: para soluções e gases termolábeis, usando superfícies porosas como velas, discos de amianto, filtros de vidro poroso, membranas de acetato de celulose ou policarbonato.

  • Radiação não-ionizante (luz UV): altera a replicação de DNA durante a reprodução. Muito utilizada em lâmpadas germicidas em centros cirúrgicos e berçários, mas possui baixo poder de penetração e pode causar danos graves à pele e olhos.

CME e sua importância

Segundo o Ministério da Saúde, a higienização, desinfecção e esterilização de instrumentos e materiais médicos são fundamentais para evitar a disseminação de fungos, bactérias e vírus.

A Central de Material e Esterilização (CME) é a unidade hospitalar responsável por processar artigos médicos—como utensílios e roupas cirúrgicas—por meio de limpeza, preparo de cargas e esterilização de materiais cirúrgicos, entre outros procedimentos. Ter uma CME estruturada é essencial para garantir assistência segura e adequada aos pacientes.

Profissionais atuantes na CME são fundamentais para a biossegurança e o cuidado com o paciente, sendo tão importantes quanto médicos e enfermeiros.

A Central deve estar bem equipada para evitar infecções hospitalares, que podem levar o paciente a óbito. Por isso, é importante compreender a função e tipos de CME.

Processo de Tratamento de Materiais

É necessário classificar os materiais conforme sua utilização direta ou indireta no paciente, o que resulta em três categorias:

  • Críticos: entram em contato com tecidos cruentos — devem ser esterilizados.
  • Semicríticos: entram em contato com mucosas — devem ser esterilizados ou, no mínimo, desinfetados.
  • Não críticos: entram em contato com pele íntegra — devem ser desinfetados ou, no mínimo, limpos.

Essa classificação orienta o tipo de processamento a ser realizado: limpeza, desinfecção ou esterilização, garantindo cuidados adequados a cada tipo de material.


Fonte: Propel Blog – “A Esterilização Pode Salvar Vidas” (26 de abril de 2021)

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