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Healthcare22 de abril de 2021

Higienização das Mãos na Área Odontológica

Foto Odonto

A higienização das mãos é reconhecida mundialmente como a medida mais simples, de baixo custo e com maior impacto para prevenir as infecções relacionadas à assistência à saúde.

As mãos são as principais ferramentas dos profissionais de saúde, desta forma, a segurança dos pacientes estão diretamente relacionados à higienização cuidadosa e frequente das mãos destes profissionais. Atualmente a atenção à segurança do paciente tem sido uma prioridade para a Organização Mundial de Saúde (OMS) e várias iniciativas foram lançadas para garantir a segurança dos pacientes nas Instituições de Saúde.

A iniciativa da OMS “Uma assistência limpa é uma assistência segura” ressalta a importância da técnica correta para higienização das mãos pelos profissionais de saúde e aborda os momentos com maior risco de contaminação, nos quais esta prática é imprescindível. Ela recomenda sobre as a melhoria da adesão à higienização das mãos são regras de ouro para a saúde global. Embora essas estratégias tenham sido elaboradas principalmente para o ambiente hospitalar, surgiu um grande interesse na sua possível implementação na atenção básica e em outros serviços de saúde, incluindo a odontologia.

O simples ato de lavar as mãos com água e sabonete líquido, quando realizado com a técnica correta, pode reduzir a população microbiana das mãos e interromper a cadeia de transmissão de infecção entre pacientes e profissionais da área da saúde. Essa ação também é fundamental na prática assistencial em consultórios odontológicos. Apesar das evidências, a conscientização dos profissionais de saúde sobre os mecanismos básicos de transmissão das doenças infecciosas e a necessidade da higienização das mãos ainda é baixa o que favorece a transmissão cruzada das infecções. Quanto mais frequente a necessidade de higiene das mãos, durante um processo assistencial, menor a probabilidade de sua execução. Situações de maior demanda para higienização, ou seja, aquelas em que há maior risco de contaminação das mãos com secreções e sangue, como atendimento em setores de urgências, em unidades de terapia intensiva e em consultórios odontológicos, também reduzem a disponibilidade do profissional para a higienização oportuna das mãos.

Na prática odontológica, o uso de luvas para a maioria dos procedimentos pode induzir os profissionais a negligenciarem a correta prática da higienização das mãos, por causar a sensação de completa segurança e proteção.

A eficácia das luvas na prevenção da contaminação das mãos dos profissionais da saúde e no auxílio à redução da transmissão de microrganismos tem sido confirmada em vários estudos clínicos. No entanto, os profissionais de saúde devem ser alertados de que as luvas não fornecem uma proteção completa contra a contaminação das mãos. Os microrganismos podem contaminar as mãos por meio de pequenos defeitos (furos) nas luvas ou durante a remoção das luvas, por esse motivo considera-se imprescindível a higienização das mãos antes e depois do atendimento do paciente e após a remoção das luvas.

A escolha entre os diferentes métodos para a higienização das mãos depende do processo de trabalho adotado e do tipo de procedimento realizado, que determinam o tipo e a persistência da contaminação nas mãos. A higienização das mãos com água e sabão deve ser escolhida sempre que houver umidade ou sujidade visível nas mãos. O álcool só deve ser aplicado quando as mãos estiverem livres de sujidade ou umidade visível. Na assistência à saúde, os procedimentos e processos de trabalho adotados criam oportunidades de higienização das mãos, com o uso de produtos que dispensam enxágue, em até 85% das vezes. Por outro lado, durante a assistência odontológica, são frequentes a utilização de água e a manipulação de secreções orais e sangue, com geração de aerossóis e consequente contaminação do ambiente.

Na rotina de consultório, para proteção do paciente, o profissional de odontologia deve higienizar as mãos imediatamente antes de iniciar qualquer atendimento. Após retirar as luvas, é necessário lavar as mãos, devido a resíduos deixados pela cobertura interna deste EPI, que podem causar irritação na pele e pela possibilidade de contaminação da pele, mesmo que reduzida, por secreções e sangue que eventualmente possam ter passado pelas porosidades do material (microfuros). Durante o atendimento a um mesmo paciente, é possível que seja necessário trocar as luvas e/ou higienizar as mãos mais de uma vez. Essa necessidade deriva do processo de trabalho, que prevê o acesso a vários equipamentos e instrumentais, nem sempre à mão, do rompimento ou perfuração das luvas, da interrupção do atendimento (atender telefone, preparar material, aguardar tempo de reação de materiais de preenchimento etc.) dentre outros. Para minimizar a frequência de higienização das mãos e a troca de luvas, os profissionais devem desenvolver processos de trabalho que reduzam as oportunidades de contaminação das mãos e das luvas enquanto prestam assistência a um paciente. Durante os procedimentos cirúrgicos, existe risco de liberação de microrganismos no campo cirúrgico, por microfuros no material das luvas ou perda acidental de sua integridade (perfurações e rasgos). Além disso, a umidade retida e o calor favorecem a multiplicação de microrganismos na pele de mãos enluvadas por períodos prolongados. Dessa forma, a higienização das mãos, antecedendo procedimentos cirúrgicos, deve ser sempre realizada, da melhor forma para que reduzir a microbiota transitória das mãos da equipe cirúrgica durante o procedimento e manter a multiplicação microbiana lenta.

Fontes:

https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/manual_odonto.pdf

https://www.cristofoli.com/biosseguranca/higienizacao-das-maos-e-a-pratica-odontologica/