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Por que o food service precisa ser mais sustentável? Leis, práticas e ganhos reais para restaurantes

06/06/2022
Food serviceSustentabilidadeRestauranteESGEmbalagens

Sustentabilidade em bares e restaurantes preserva recursos naturais, reduz custos operacionais e atrai consumidores conscientes — além de alinhar o negócio às exigências legais e às práticas de ESG. Em um cenário pós-pandemia, com aumento do delivery e do uso de descartáveis, repensar embalagens, processos e comunicação deixa de ser opcional e vira competitividade.

Direção estratégica: menos resíduos + melhor operação + narrativa transparente = margem e fidelização.


Legislação: onde já há regras (e por que isso importa)

Estados e cidades brasileiras vêm restringindo plásticos de uso único (como canudos), a exemplo da Lei nº 17.110/2019 do Estado de São Paulo. Iniciativas semelhantes em Rio de Janeiro e Porto Alegre indicam uma tendência regulatória que deve se ampliar.
Ponto-chave: convergência nacional (normas federais) traria clareza, padronização e fiscalização mais efetiva — reduzindo o passivo ambiental e o risco jurídico para operadores.

O que fazer já:

  • Mapear leis municipais/estaduais aplicáveis.
  • Criar um plano de substituição de descartáveis com prazos e metas.
  • Ajustar fornecimento e estoque para garantir conformidade contínua.

O consumidor mudou — e o restaurante precisa liderar

Clientes esperam opções mais limpas e informação clara. Cabe ao restaurante viabilizar o comportamento correto:

  • Delivery responsável: priorizar papelão, cartão e vidro retornável quando possível; reduzir “itens padrão” (talheres/guardanapos) por opt-in no app.
  • Educação simples: indicar como higienizar e descartar embalagens; incentivar kit pessoal (talheres + copo retrátil).
  • Transparência: comunicar metas e resultados (ex.: “-40% de plástico em 6 meses”).

Embalagens: como escolher alternativas mais sustentáveis

Boas opções

  • Papel/papelão com barreiras (verniz/laminação apropriada) para umidade e gordura.
  • Alumínio (“quentinhas”) para forno e alta reciclabilidade.
  • Vidro para refis/retornáveis (sucos, molhos), quando a logística permitir.

Cuidados críticos

  • Fornecedores idôneos com boas práticas higiênico-sanitárias (contato com alimento).
  • Checar reciclabilidade real na sua cidade (o que é coletado de fato).
  • Evitar “greenwashing” (ex.: bioplástico que não se decompõe fora de condições específicas).

Onde investir primeiro (ordem de impacto x esforço)

  1. Cortes rápidos de plástico: canudos, sachês, talheres → opt-in e estoque mínimo.
  2. Padronização do delivery: formatos empilháveis, porções otimizadas, menos ar no pacote (economia de frete e material).
  3. Gestão de resíduos: triagem interna + parceria com coleta seletiva/coop; pontos de retorno para vidro.
  4. Água & energia: jarra/filtrada na mesa, aeradores, LED, manutenção de refrigeração (menos perda).
  5. Compras responsáveis: ingredientes locais e sazonais; fichas técnicas para reduzir desperdício.

Plano prático em 5 etapas (90 dias)

  1. Diagnóstico (semana 1–2)
  • Levantamento de materiais usados (por item/venda).
  • Cálculo de custo por pedido (embalagem + desperdício).
  • Mapa legal local.
  1. Metas (semana 3)
  • -30% plástico de uso único; 100% opt-in para itens extras; +70% embalagens recicláveis.
  1. Piloto (semanas 4–8)
  • 1 canal de venda + 10 produtos mais vendidos → testar novas embalagens, coleta de feedback e custo.
  1. Rollout (semanas 9–12)
  • Expandir para cardápio completo; ajustar compras e estoque.
  • Treinar equipe (montagem, comunicação ao cliente).
  1. Comunicar e medir (contínuo)
  • Relatório mensal: kg de resíduos evitados, % reciclável, economia.
  • Selo interno no cardápio/app: “Feito com menos plástico”.

Checklist de conformidade e operação

  • Leis locais mapeadas e aplicadas.
  • Embalagens com laudos e especificações higiênico-sanitárias.
  • Procedimento de montagem padronizado (porção, vedação, rotulagem).
  • Opt-in para talheres/guardanapos e sachês.
  • Orientações de descarte no pedido (QR com instruções locais).
  • Parceria com coleta seletiva/coop.
  • Treinamento de equipe e fornecedores.
  • Métricas (resíduos, custo por pedido, NPS do delivery).

Perguntas frequentes (FAQ)

“Sustentável sai mais caro?”
Nem sempre. Reduzir itens (opt-in), padronizar formatos e diminuir desperdício costuma compensar o custo de materiais melhores.

“Papel sempre é melhor que plástico?”
Depende da barreira e da logística de reciclagem local. Foque no ciclo real (o que é coletado/reciclado de fato).

“Posso usar vidro no delivery?”
Sim, quando logística e segurança permitem. É ideal para refil/retorno e itens frios (molhos, sucos).


Comunicação e marketing (sem greenwashing)

  • Seja específico: “Troca de X por Y reduziu Z kg de plástico/mês”.
  • Mostre bastidores: montagem, triagem, parceria com cooperativas.
  • Engaje o cliente: cupom simbólico para quem recusa talheres ou traz embalagem para retorno (quando aplicável).

Conclusão

Um food service sustentável é bom para o planeta e para o caixa. Comece pelos plásticos de uso único, padronize o delivery, estruture a triagem e comunique resultados. Além de mitigar riscos legais, você conquista clientes e cria uma operação mais leve, eficiente e alinhada ao futuro da gastronomia.

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